O nascimento do "Aurélio"
Ilustração: Recorte da capa da 3a. edição do Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, organizado por Hildebrando Lima e Gustavo Barroso.
Apresentação
E assim, com uma frequência incomum, enquanto economizava o dinheiro, passei a visitar a lojinha do Zezão da Marica, no centro de Aguinhas, pra namorar o Pequeno Dicionário, já que não admitia perdê-lo pra ninguém. (No passado, esse Dicionário tivera como co-autor um personagem conhecido de nossa política e de nossas letras, o escritor Gustavo Barroso, que freqüentava Aguinhas e possuía aqui uma propriedade, o Retiro do Lago. O Pequeno Dicionário veio a dar origem ao Aurélio.)
Extraído do Cap. XXX - O Dicionário, do livro Menino-Serelepe(*)
Neste post vamos falar de Gustavo Barroso [Fortaleza, CE, 29/12/1888. Rio de Janeiro, RJ, 3/12/1959], que durante décadas frequentou Lambari e aqui possuía uma residência de férias — o Retiro do Lago, na Volta do Lago, pouco depois do Hotel Itaici.
Gustavo Barroso discursando na inauguração do busto de Américo Werneck, na Praça Conselheiro João Lisboa, Lambari, MG, nos anos 1940
Barroso é dono de extensa bibliografia, que pode ser conferida (aqui), mas, entre as dezenas de obras que escreveu, escolhemos comentar sua participação na elaboração do Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, livro que marcou minha infância, conforme narrei no conto O Dicionário, acima referido.
Vamos lá.
Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa
O Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa teve sua primeira edição em 1938 e foi sucessivamente editado até 1947 (10 edições).
Seus primeiros organizadores foram Hildebrando Lima e Gustavo Barroso e a obra contou ainda com a participação de grandes nomes da lexicografia brasileira, como Manuel Bandeira, José Baptista da Luz, Antenor Nascentes e Aurélio Buarque de Hollanda Ferreira. [5]
O "nascimento do Aurélio"
No seu livro de memórias, intitulado Uma vida, páginas 46 e 47, o advogado e bibliófilo Plínio Doyle conta como Aurélio Buarque de Hollanda Ferreira adquiriu os direitos autorais do Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, do qual era colaborador, e construiu o seu extraordinário Aurélio.
Capa da 10a. edição, na qual "não consta os nomes dos organizadores e tem como destaque o seguinte: “supervisionado e consideravelmente aumentado por Aurélio Buarque de Hollanda Ferreira com a assistência de José Baptista da Luz e revisto e aumentado por inúmeros especialistas”. [5]
Capa da 2a. edição, revista e ampliada, com o título de Aurélio, com o qual Buarque de Hollanda imortalizou sua obra
Confiram a seguir a narrativa de Plínio Doyle:
Disponível no GoogleBooks - aqui
O Museu Histórico Nacional
O Museu Histórico Nacional, criado em 1922, teve Gustavo Barroso como um de seus fundadores. O MHN é um dos mais importantes museus do Brasil, reunindo um acervo de mais de 250.000 itens. Barroso foi também seu diretor por anos.
Fonte: Wikipedia. Verbete Museu Histórico Nacional (aqui)
A Biblioteca do MHN oferece ao público um vasto acervo, compreendendo obras do século XVI ao XXI. São livros, folhetos, periódicos e materiais especiais, que abrangem temas como Arte Decorativa, Numismática, Filatelia, Indumentária, História do Brasil, História do Rio de Janeiro, História de Portugal, Heráldica, Genealogia, Sigilografia, Gastronomia e Museologia.
O arquivo histórico é formado por coleções, a maioria de caráter privado, que abrigam 55.600 documentos iconográficos e manuscritos, importantes para a história do Brasil. O acervo museológico, com cerca de 170 mil itens, é formado por coleções de objetos que datam desde a Antiguidade até os dias atuais.
Localiza-se na Praça Marechal Âncora s/n° - Centro - Rio de Janeiro - RJ.
Referências[1] http://www.academia.org.br/academicos/gustavo-barroso/biografia
[2] GoogleBooks
[3] Wikipedia
[4] http://mhn.museus.gov.br/
[5] Rosimar Regina de Oliveira. In RUA - Revista do Laboratório de Estudos Urbanos do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (aqui)
(*) O livro Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem é uma ficção baseada em fatos reais da vida do autor, numa cidadezinha do interior de Minas Gerais, nos anos 1960.
Menino-Serelepe
O livro é de autoria de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a série MEMÓRIAS DE ÁGUINHAS.